Autoridades do setor de energia no Governo Federal insistem em dizer que não foi sobrecarga a causa do apagão de hoje à tarde. A falta de energia atingiu 11 estados e o Distrito Federal nas regiões centro oeste, sul e sudeste.
Mais de 400 cidades nas regiões sul, sudeste, centro-oeste e norte foram atingidas pelo blecaute. Cerca de três milhões e meio de consumidores.
Segundo o Operador Nacional do Sistema, houve um problema entre as subestações de Colinas, no Tocantins, e Serra da Mesa, em Goiás, por volta das 14h. Para evitar sobrecargas em outras linhas de transmissão, o sistema foi desligado.
O fornecimento de energia foi interrompido durante um período que variou de quatro minutos a mais de uma hora.
Pelo menos 43 cidades do estado de São Paulo ficaram sem luz. Só na região metropolitana, 1,2 milhão de pessoas foram afetados e uma linha do metrô parou. “Foi muito difícil, porque estava superlotado e estava muito complicado mesmo. Era impossível entrar no trem”, disse o músico Alef Chaves.
O trabalho no porto de Santos, o maior do país, também foi prejudicado pelo apagão. Em Mato Grosso do Sul, seis municípios e a capital, Campo Grande, ficaram uma hora e dois minutos sem luz. No Paraná, 61 cidades foram atingidas.
Alguns hospitais do Rio de Janeiro acionaram geradores. Cerca de 900 mil clientes ficaram sem luz em 19 municípios do estado. No maior shopping da zona norte, faltou luz durante uma hora. Às 14h41, o sistema foi religado e a situação começou a ser normalizada.
O diretor-geral do ONS disse que o sistema falhou porque não está preparado para a ocorrência de dois defeitos seguidos nos circuitos de transmissão. Um só curto não teria causado o apagão, segundo ele.
Hermes Chipp não soube dizer o que causou esses dois defeitos na rede. A análise detalhada do problema será feita nessa quinta-feira. “Não estava se operando e nem se opera com sobrecarga em linha de transmissão. Todos os carregamentos estavam dentro dos limites, embora o consumo esteja alto, principalmente por causa da temperatura elevada, o sistema está com carregamentos dentro dos padrões”.
Para o especialista, o clima quente no Sul e Sudeste e o aumento no consumo de aparelhos elétricos, como ventilador e ar condicionado, podem causar novos apagões. “Tudo isso obriga muita transferência de energia de um lado para o outro. A transmissão é eficaz, mas ela está perto do estresse, uma utilização muito intensa. Isso aumenta o risco de algum problema, que foi o que aconteceu”, explica Luis Pinguelli Rosa, diretor da COPPE-UFRJ.
Assista ao video acessando o link abaixo:http://g1.globo.com/jornal-da-globo/noticia/2014/02/falta-de-energia-atinge-onze-estados-e-distrito-federal-na-tarde-desta-terca.html